por Admin
O único jeito de trabalhadores canadenses e brasileiros lutarem contra empresas brasileiras ou canadenses, é construir uma solidariedade de classe
Sean Purdy
“A Vale pode ir para o inferno. Estamos cansados de capitalistas estrangeiros que vêm aqui destruir o estilo de vida canadense”.
Wayne Fraser, Representante do Sindicato de Mineiros, em greve há oito meses na ValeInco, Canadá (Estado de São Paulo, 16 de março de 2010)
Como canadense que mora no Brasil há 10 anos, fiquei impressionado quando li a reportagem que traz a frase acima. Trouxe-me lembranças das relações entre dois países relativamente desconhecidos entre si. E de algum dos episódios que os envolvem: a proibição da carne brasileira pelo Canadá em 2001; a acirrada disputa comercial entre Embraer e Bombardier na mesma década; e até a longa atuação da multinacional canadense Light em São Paulo e no Rio de Janeiro no ramo de transporte urbano e energia elétrica nas primeiras décadas do século XX e de sua herdeira, a Brascan, que é atualmente dona de numerosas empresas no Brasil, inclusive alguns dos mais elegantes shoppings nas grandes capitais.
Mas um canadense chamando uma empresa brasileira de imperialista? Como pode?
A feroz disputa entre a enorme multinacional Vale, que comprou a Inço há quatro anos, e os 3,5 mil trabalhadores organizados pelo United SteelWorkers (USW) nas minas de níquel em duas províncias canadenses gira em torno da tentativa da empresa terceirizar 400 mineiros e reduzir o fundo de pensão dos trabalhadores. Na semana passada, a empresa sinalizou que vai contratar centenas de temporários dentro de duas semanas para furar a greve. Em resposta, o comando da greve do USW, além de avisar a Vale de que fura greves provavelmente vão ser enfrentados inclusive fisicamente, convocou um encontro internacional no dia 22/03 de sindicatos de todos os países onde a Vale opera para organizar ações internacionais. Do Brasil, CUT e Conlutas mandarão representantes.
A greve reflete três realidades marcantes da atual economia mundial: 1) a tentativa de empresas multinacionais e nacionais de aumentar lucros através de terceirização de mão-de-obra e reduções nas pensões, entre outros métodos; 2) o crescente papel de capitalismo brasileiro multinacional; 3) as boas possibilidades de construir uma solidariedade internacional entre trabalhadores.
O trecho da matéria acima foi retirado do site do Brasil de Fato.
O que isso tem a ver com Londrina?
Do Global para o Local
Como reflexão, vou ater apenas a primeira realidade: a tentativa de empresas multinacionais e nacionais de aumentar lucros através de terceirização de mão-de-obra e reduções nas pensões, entre outros métodos.
Londrina tem um grande número de terceirização da mão-de-obra, todavia não são apenas empresas privadas, mas também serviços públicos onde os servidores deveriam ser contratados através de concurso público.
A exemplo disso encontra-se a terceirização na área de Saneamento Básico, Merenda Escolar, Plano Diretor de Londrina, Saúde, entre outros.
O governo tem um gasto maior utilizando contratações através de empresas de terceirização. Em Curitiba o comprometimento da receita com terceirizadas é de 29,7%; em Maringá é de apenas 2%; já em Londrina o comprometimento é de 53%
Esse tipo de contratação não dá garantias ao trabalhador, que é reprimido a todo momento, correndo o risco de perder seu emprego a qualquer ocasião. Diferente do servidor concursado que tem a garantia da sindicalização, greve e todos os benefícios que lhes são por direito.
É necessário que a classe trabalhadora, não só de Londrina, do Brasil, mas de toda parte do mundo, se una para que esse tipo de exploração acabe. Exigindo seus direitos, conquistados através de muita luta, durante muitos anos.
Leia mais no site http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-canada-o-brasil-e-a-vale-inco
Ana Soranso
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