quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Salário mínimo deveria ser de R$ 2.023

O salário mínimo do trabalhador do País deveria ter sido de R$ 2.023,89 em agosto para que suprisse suas necessidades básicas e as da família, conforme estudo divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do Brasil. Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 240,91, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido o equivalente a 3,97 vezes o piso vigente no Brasil, de R$ 510. O valor é superior ao calculado para julho, de R$ 2.011,03, e para agosto do ano passado, de R$ 2.005,07. Em agosto, para adquirir uma cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, na média das 17 capitais onde o Dieese pesquisa os preços dos alimentos, uma jornada de 89 horas e 38 minutos. O valor representa um pouco menos de duas horas em relação às 91 horas e 50 minutos de julho. Em agosto do ano passado, era exigido o cumprimento de uma jornada de 96 horas e 37 minutos para que o trabalhador que ganha salário mínimo conseguisse adquirir uma cesta básica.

Fonte: O Bonde

sábado, 21 de agosto de 2010

Plebiscito Popular Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra estará presente na UEL

Criada em 2000 pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, vem sendo promovida em nível nacional numa ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite as propriedades rurais. De acordo com os últimos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 2006, no Brasil, 2,8% das propriedades rurais são latifúndios e ocupam mais da metade de extensão territorial agricultável do país (56,7%). Em contrapartida as pequenas propriedades representam 62,2% dos imóveis e ocupam apenas 7,9% da área total. Vale lembrar que mais de 70% dos alimentos produzidos para os brasileiros provém da agricultura camponesa, uma vez que a lógica econômica agrária tem como base a exportação, principalmente da soja, da cana-de-açúcar e do eucalipto. O Brasil tem a segunda maior concentração da propriedade fundiária do planeta. Diante da realidade do campo, vários segmentos sociais se mobilizam para conquistar seus direitos. O papel da Campanha é exigir a obrigação do Estado em garantir esse direito à propriedade da terra a todos os brasileiros e brasileiras que dela tiram seu sustento. Uma das ações da campanha é a realização de um plebiscito popular em todo o território brasileiro, do dia 1 a 7 de setembro, a população será conscientizada e poderá expressar sua opinião sobre o problema através do voto. A campanha está presente na UEL sendo articulada por movimentos sociais e organizações estudantis. Será realizado um debate ampliado sobre o limite da propriedade da terra no dia 31 de agosto às 19 hs na sala de eventos do CCH. O plebiscito estará presente no restaurante universitário e centros de estudos, a comunidade universitária poderá expressar seu voto através de urnas montadas nestes pontos de 1 a 3 de setembro.ServiçoDebate sobre o limite de propriedade de terras Data: 31/08/2010 (terça-feira)Horário: 19hsLocal: Sala de eventos do CCH

CAMPANHA NACIONAL PELO LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA:

JUSTIFICAÇÃO

Para garantir efetivamente a função social da propriedade rural como determina a Constituição Federal em seus artigos V, XXIII e 186, é necessário que se estabeleça um limite de extensão para os imóveis rurais.A realidade é que o Brasil apresenta um dos maiores índices de concentração fundiária do mundo: 1,5% dos 5 milhões de imóveis rurais cadastrados concentra 52% de toda a área , no outro extremo tem-se que 98,50% do total de imóveis cadastrados, detém somente 48%.Diante deste quadro de grave desigualdade, não se pode admitir que imensas propriedades rurais possam pertencer a um único dono, impedindo o acesso democrático à terra que é um bem natural, coletivo, porém limitado. Como os recursos naturais devem estar disponíveis para todos, sob pena de não se respeitar sua função social, não é compatível com a Constituição que uma insignificante minoria tenha em seu poder a grande maioria das melhores terras do país em prejuízo de tantos brasileiros que são forçados a abandonar seu habitat natural. A limitação do tamanho da propriedade rural também se justifica como um estímulo ao aumento da produção de alimentos, da preservação dos recursos naturais, do emprego rural e da fixação do homem no campo, além de impedir ainda maiores ofensas à soberania territorial brasileira. A proposta não ofende nenhum princípio constitucional, pelo contrário, se adeqüa perfeitamente ao que estabelece a Constituição ( art. 3º) quando inclui entre os objetivos da República Brasileira a construção de uma sociedade justa e solidária e a redução das desigualdades sociais. Esta não deve ser uma preocupação apenas dos que vivem do campo, porém uma luta de toda a população em favor da efetividade dos princípios constitucionais e do aprimoramento da democracia em nosso País.Por isso eu apoio a Campanha Nacional pelo limite da propriedade da terra, em 35 módulos fiscais, manifestando a minha vontade como cidadão de que o Congresso Nacional venha a aprovar, sem demora, emenda constitucional que estabeleça esta limitação como avanço imprescindível da sociedade brasileira.

Dados adicionais:
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Endereço para divulgação: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/6322
criado em 2010-06-14.
2652 assinaturas
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autor: Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo
comunidade:
categoria: Direitos Humanos
Site: http://www.limitedaterra.org.br

Para assinar:
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Encontro GTpuel na Casa de Teatro do Oprimido




Atividade formativa do grupo GTpuel a fim de discutir a condição estético-política do teatro popular. Tendo como base o texto: "Mensagem aos Curingas e Não-Curingas" de Iná Camargo Costa.
Para acesso ao texto: teatropopularuel@yahoo.com.br

Encontro GTpuel: Grupo de Trabalho Universidade, Cultura e Trabalhadores

"A Contribuição do Teatro para a Luta de Classes - Teatro na Contra-Mão da Forma Mercadoria"

Exibição de audio-visual e texto

Atividade aberta e gratuita

Dia: 17/06 às 14:30h

Local: Vila Cultural Casa do Teatro do Oprimido (Benjamin Constant, 1337. Centro)

domingo, 30 de maio de 2010

Oficinas na Vila Cultural Casa de Teatro do Oprimido

1 Oficina de Teatro do Oprimido - Gratuito
Multiplicadora: Ana Soranso
As Oficinas de Teatro do Oprimido são espaços de sensibilização, vivência, conhecimento e difusão da metodologia do Teatro do Oprimido, onde são apresentados seus fundamentos teóricos e práticos.
Aos sábados das 14:30 as 17:00
Início Previsto: 29 de maio ( inicio da oficina condicionada a pelo menos 6 participantes inscritos)Duração: 4 encontros
inscrições podem ser efetuadas até o II encontro.
Inscrições por e-mail : enviar dados pessoais: Nome, endereço, idade, profissão e contatos para o e-mail: fto_londrina@yahoo.com.br ou ana.soranso@bol.com.br

2- Forró e Sertanejo
O Projeto Cultural "Dançando na Rede" está retornando com suas atividades de danças de salão. Estão abertas inscrições para turmas iniciantes de Forró e Sertanejo Universitário.
Início dia 25/05 (3ª feira) às 19:15hs, e dia 29/05 (sábado) às 17:00hs.
Local: Vila Cultural Casa do Teatro do Oprimido - PromicRua Benjamin Constant,1337 Centro - Londrina-Pr.
Vagas Limitadas!!
Matrícula-R$ 10,00
Mensalidade-R$ 15,00
Aula experimental-R$5,00 Informações - fones: (43)84080768/ (43)33212573 (43)33212573

3- Encontro do GTpuel - (grupo de Trabalho Universidade, Cultura e Trabalho)
Quando: 03 de junho (quinta)
Horario: 14:00
Tema: A contribuição do Teatro para a Luta de Classes - Teatro na contra-mão da Forma Mercadoria.
Exibição de Audio Visual
Debates.
Atividade aberta e gratuita

domingo, 18 de abril de 2010

I Mostra de Teatro Popular de Londrina


Acontece de 28 de abril a 02 de maio a
I Mostra de Teatro Popular de Londrina,
que pretende reunir espoetáculos de grupos teatrais Locais, visando propor um processo colaborativo e sociabilizante, que chegue e englobe artistas e grupos teatrais da cidade, pesquisadores da arte, e principalmente uma parcela da população de Londrina que, em geral não tem acesso ás iniciativas de fruição cultural proporcionadas pelo município, quer motivos econômicos, quer motivos sócio-culturais.
Reunindo, Grupos e coletivos teatrais da cidade, a I Mostra de Teatro Popular de Londrina, pretende estabelecer diretrizes para uma ação em Rede em âmbito local, e em médio prazo, nacional e internacional. Além disto, este evento pretende ampliar um espaço específico na cidade de Londrina, destinado ao fomento e valorização da produção Teatral local.
Locais: Teatro Zaqueu de Melo (as 21:30hs)
Praças públicas (11:00hs)
ENTRADA FRANCA

Progamação logo disponível em http://www.ftolondrina.blogspot.com/

Data: 28 de abril a 02 de maioFábrica de Teatro do Oprimido (FTO)
Canal FTO no youtube: www.youtube.com/fabricadeto

quarta-feira, 14 de abril de 2010

P2 na greve dos professores mostra espionagem de Estado no século 21


Dia 26 de março, sexta-feira. Uma manifestação pacífica de professores paulistas é violentamente reprimida pela Polícia Militar, perto do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo.


No dia seguinte, o jornal Estado de S. Paulo publica uma foto da Agência Estado, em que uma policial, aparentemente ferida, é carregada nos braços por um homem. À primeira vista, parece tratar-se de um manifestante, um professor socorrendo uma PM.


A imagem logo se espalhou, como exemplo de solidariedade humana. O agredido salvando seu algoz. Logo, porém, a PM desfez o engano. Tratava-se de um policial à paisana socorrendo a soldado Erika Cristina Moraes Canavezi, ferida “com uma paulada no rosto”.


A partir daí a história só se enrolou ainda mais. O que fazia um policial à paisana em meio aos manifestantes? Professores de Osasco informaram que o homem da foto tinha ido no ônibus da Apeoesp até a manifestação. Era um agente reservado, um policial infiltrado entre os professores, conhecido como “P2”.


A PM, que preferiu expor seu policial a ver a foto servir de propaganda dos grevistas, negou-se a divulgar o nome do agente e a dar maiores informações. O site Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, apurou que a policial ficou apenas alguns minutos no hospital Albert Einstein e logo foi liberada.


Espionagem de Estado


O caso trouxe à tona um tema que parecia distante no tempo, relegado aos anos de ditadura. A espionagem de Estado. No Brasil, o serviço de inteligência ligado ao Estado sempre esteve empenhado no combate aos movimentos sociais ou ditos subversivos. A espionagem estatal foi criada e sempre atuou tendo como alvo principal os inimigos internos. Leia-se a esquerda e os movimentos sociais e operários.


Ainda que a matriz do serviço de informação esteja associada ao SNI (Serviço Nacional de Informações), a verdade é que o embrião do serviço secreto no país é anterior. Segundo o jornalista Lucas Figueiredo, autor do livro Ministério do Silêncio, o serviço secreto brasileiro nasce com o Conselho de Defesa Nacional, ainda no governo de Washington Luís, em 1927. Três anos depois, ele seria derrubado pelo golpe liderado por Getúlio.


Inspirado nos serviços secretos dos EUA, Vargas transformaria o Conselho no Sfici, o Serviço Federal de Informações e Contrainformações. Após a Segunda Guerra, com a supremacia dos EUA, o Brasil estreitaria relações, inclusive militares, com o imperialismo norte-americano. Em 1948, é criada a Escola Superior de Guerra, inspirada na National War College norte-americana. Até então, o modelo de Forças Armadas no país seguia o modelo francês.


Com o fim da Segunda Guerra e o início da Guerra Fria, os EUA pressionam o Brasil a adotar um eficiente serviço de inteligência, leia-se uma agência especializada de espionagem anticomunista. Para isso, foram disponibilizados financiamentos, cursos e estágios nos EUA. Foi só, porém, no governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961) que o órgão do Serviço secreto, sob a estreita supervisão dos EUA, se estruturou.


A ditadura ampliou esse aparelho, criando o Serviço Nacional de Informação (SNI), através de uma lei redigida pelo próprio Golbery Couto e Silva, que o comandaria. O órgão cresceu rapidamente, espalhando tentáculos por todo o país e áreas do governo. Marinha, Exército e Aeronáutica criaram seus próprios aparelhos de repressão, articulando uma ampla rede, chamada de comunidade.


Foi o período do CIE, o Centro de Informação do Exército, que comandou o esquema de repressão, e foi responsável pela execução dos guerrilheiros do Araguaia. Foram também os anos do Doi-Codi, órgãos de repressão descentralizados surgidos a partir da Operação Bandeirantes. Ligavam as polícias civis e militares ao comando do Exército.


Já o SNI foi elevado ao mais importante órgão do Estado, com seu comandante ganhando status de ministro. De lá saíram os presidentes Médici, Geisel e o último dos militares, Figueiredo.


Abertura monitorada


Com a abertura política, o SNI ao invés de desaparecer, inchou ainda mais. Terminada a ditadura, o mega-aparato de espionagem reunia mais de 3 mil servidores diretos, boa parte contando com uma série de privilégios como carro à disposição e apartamento funcional. Provando que seu maior inimigo são os movimentos sociais, o serviço se volta ao monitoramento detalhado do PT e da CUT, assim como do movimento sindical e grevista que crescia naqueles anos.


Relatórios detalhados sobre as greves e a situação do movimento operário eram enviados regularmente ao presidente Sarney. Assim como uma caracterização pormenorizada das correntes que compunham o Partido dos Trabalhadores, evidentemente temperada com um anticomunismo paranóico e folclórico.


O SNI só foi sofrer um duro golpe no governo Collor, quando nem ele escapou da política de desmonte do Estado implementado pelo governo neoliberal. Por um decreto, Collor, que ainda por cima tinha uma rixa pessoal com o órgão, extinguiu o serviço, demitiu grande parte de seu efetivo e criou o Departamento de Inteligência.


Apesar das mudanças e da drástica redução do serviço, seu caráter não mudou. Continuou a ser um órgão de espionagem a serviço do governo, tendo como alvo os movimentos sociais e de oposição. Nem no governo FHC, quando passou a se chamar Abin (Agência Brasileira de Informação) isso mudou. Uma campanha tentou reabilitar a desgastada imagem do serviço, mas em vão. Atividades como a campanha contra a Alca eram permanentemente monitoradas.


Sob FHC, o órgão ganhou novo impulso, com a contratação de funcionários. Nos anos 90, movimentos que emergiam como os de luta pela terra e moradia, foram alvos prioritários. Agentes secretos se infiltravam nas fileiras do MST a fim de municiar o Estado de informações sobre o movimento.


A esquerda como inimiga


Nem com o governo Lula a prática da espionagem de Estado terminou. Lula não só não deu um fim no antigo órgão de espionagem como vem se servindo dele. Da mesma forma que o governo manteve guardado os arquivos da ditadura, o antigo SNI se manteve atuante. Mesmo com a troca de dirigentes militares por civis, sua linha não mudou.


O ex-delegado da Polícia Civil, Mauro Marcelo de Lima e Silva, nomeado diretor-geral da Abin por Lula em 2004, deu uma pequena demonstração do que órgão pensa sobre os movimentos sociais: “Eles não sabem o que estão pedindo. Estão protestando. Eles querem farra e bagunça”, declarou à imprensa na época.


O serviço de espionagem de Estado, porém, não se limita à Abin. Nos estados, as polícias contam com os agentes reservados. Mesmo que a antiga comunidade de informação da ditadura tenha se desarticulado, hoje continua funcionando nas sombras.


A Operação Satiagraha, comandada pelo delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, provocou a sanha de setores conservadores ao prender o banqueiro Daniel Dantas. Um outro aspecto da operação, porém, foi a utilização de agentes da Abin na investigação. Ou seja, mostrou como há, ainda hoje, perfeita interação entre a agência de inteligência e a polícia.


No final de 2007, a sede nacional do PSTU, em São Paulo, foi invadida num crime ainda não esclarecido. Gavetas foram reviradas e documentos roubados. Enquanto equipamentos de valor não foram tocados, computadores e celulares usados foram levados. Antes de entrarem no local, os invasores cortaram os fios telefônicos. Ou seja, as evidências mostram se tratar de uma ação profissional, que buscava informações.


Espionagem e sabotagem


Hoje, 25 anos após o fim da ditadura, o pensamento da Abin pouco se distingue do anticomunismo paranóico da Guerra Fria no qual fora fundada o serviço de espionagem no Brasil. E, considerando o modus operandi dos anos de chumbo, dá pra pensar algumas hipóteses sobre o que o tal do P2 estava fazendo em plena manifestação dos professores paulistas.


Os agentes na ditadura não se limitavam a se infiltrar ou acompanhar para colher informações. Muitas vezes, se tratavam de provocadores. O malfadado atentado no Riocentro, em 1981, que provocou a morte de um oficial e feriu outro, foi a expressão tragicômica disso. Um grupo do serviço secreto planejava provocar um atentado a bomba no show do 1º de Maio daquele ano, jogando a culpa na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), grupo que nem mais existia.


Nos anos 80, o SNI não só vigiava as greves, mas tratava de sufocá-las quando achasse conveniente, utilizando para isso qualquer método, legal ou não.


O policial infiltrado no ato em São Paulo, assim como a mal-contada história da PM ferida “a paulada”, serve para lembrar aos ativistas e militantes de esquerda que o serviço secreto de Estado, ao contrário de qualquer teoria conspiratória, continua existindo e atuando. E que tem ainda nos movimentos sociais, de esquerda ou reivindicativos seu principal inimigo.



Fonte: http://www.pstu.org.br/nacional_materia.asp?id=11404&ida=20

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Policial civil é confundido com professor e é preso e agredido por PMs

O policial civil Jefferson Cabral sendo preso


Na sexta-feira passada, mais de 40 mil professores paulistas foram impedidos pela tropa de choque da Polícia Militar de chegar até o Palácio do Morumbi, sede do governo estadual, para apresentar suas reivindicações.
Na oportunidade, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, gás pimenta e muitas balas de borracha transformaram as imediações do Palácio em palco de uma batalha campal.
Sindicalista e policial civil, Jeferson Cabral foi confundido com um professor, mantido preso e espancado por cerca de três horas dentro de uma viatura até que foi levado ao 34ª DP de Francisco Morato. Com a roupa rasgada e acompanhado por dirigentes do Sindicato dos Investigadores de Polícia, Jeferson foi até a Corregedoria denunciar os inumeráveis abusos dos quais foi vítima.
Ainda mancando com problemas no joelho e dores por todo o corpo, Jefferson Cabral falou sobre os descaminhos do desgoverno tucano e da importância da unidade de todos os servidores com a comunidade para derrotar a intransigência.

Como você foi preso?

Eu estava junto com os manifestantes quando começaram a atirar bombas. Em meio às nuvens de gás, comecei a tirar as pessoas dali, socorrê-las, levar para um lugar seguro. Quando estava tirando o segundo não vi que estava muito próximo de um policial militar motociclista. Entre vários, conseguiram me prender. (Na foto da UOL, vê-se que o cacetete está dobrado em seu pescoço). Disse que era delegado sindical dos investigadores. Foi quando me disseram: você vai pagar pelos outros.

E depois disso?

Fui colocado algemado e trancado numa viatura da Polícia Militar. Fui hostilizado, ofendido e ameaçado durante três horas e tratado como bandido, com todo tipo de ofensas, impublicáveis.

Houve ameaça?

Diziam a todo tempo que iam me levar para o “esquisito”, que na gíria é um local ermo, onde você pode ser submetido a qualquer agressão pois não haverá ninguém para testemunhar. Diziam que iam acabar com a minha raça. As ameaças vieram de alguns policiais, desavisados, que me dominaram e não sabiam o que estava acontecendo, que havia um movimento lutando por direitos, reivindicando melhorias para toda a sociedade.

E então?

Foi quando trouxeram o comandante da operação, o coronel Veloso, que então se deu conta do tamanho do erro cometido. Me perguntaram se eu atirei pedras. Eu retirei paus e pedras das mãos de muitos, porque acredito que o nosso inimigo não é a polícia, mas o governo que a manipula para reprimir.
E aí, junto com os advogados do Sindicato, te dirigiste à Corregedoria para denunciar os abusos…
Exatamente. Fiz um Boletim de Ocorrência (nº98/10) e fui ao IML fazer o exame de corpo delito. Não consigo andar devido aos chutes que levei no joelho, na cabeça, costas e barriga.

Quando foste agredido desta forma?

Antes, durante e depois de algemado. O pior é que sou asmático e me deixaram um bom tempo com o cacetete vergado, como dá para ver pela foto, inclusive, quase sem respirar. Tive medo que me matassem.

Apesar da intensa brutalidade a que foste submetido, fizeste questão de estabelecer uma diferença entre o comportamento de meia dúzia de covardes e o grosso da corporação.

Antes de ser investigador de Polícia e delegado sindical em Taubaté, fui policial militar por quatro anos. Meu pai é policial militar. As agressões de que fui vítima, assim como uma boa parte dos manifestantes, foi provocada por indivíduos isolados.

Que estavam cumprindo ordens do governo Serra…

Infelizmente, sim. É uma grande pena e um verdadeiro tiro no pé essa orientação do governo porque muitos professores têm filhos que são policiais militares, têm o mesmo sangue. Acho que essa agressão deve servir para a PM refletir e se unir à comunidade.



O trabalhador da educação, principal ferramenta da transformação social, vem sendo criminalizado por alguns de nossos governantes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

De um lado da história

Na próxima quarta-feira, dia 7 de abril, o governo brasileiro daria inicio à retaliação comercial contra produtos dos EUA, mas os americanos fizeram uma contraproposta para prorrogar o processo da retaliação para o dia 22 de abril.
Durante este período será negociado um fundo, para financiar projetos brasileiros ligados à produção de algodão, no valor de US$147,3 milhões.
Caso haja entendimento sobre esses pontos até o dia 21 de abril, o Brasil poderá decidir prorrogar novamente a entrada em vigor das medidas, desta vez por um período de 60 dias, enquanto seria negociado um acordo para evitar a retaliação.
De acordo com a Camex, nesse prazo de 60 dias seria negociado um "entendimento provisório sobre os vários aspectos de implementação das determinações da OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre o contencioso".
Segundo a nota, "o governo brasileiro vê com satisfação o progresso verificado nas conversações bilaterais e espera que as partes cheguem a um entendimento que torne desnecessária a adoção das medidas de retaliação".

Do outro lado da história

O país que pede acordo para comercializar é o mesmo que bloqueia transações econômicas quando lhe convém. Há 48 anos o EUA estabeleceu um bloqueio econômico contra Cuba.
Ao longo deste período, já causou um prejuízo superior a US$ 82 bilhões para o país caribenho, segundo estimativa feita pelo Relatório Anual (2005) sobre o Bloqueio dos EUA contra a ilha e suas conseqüências. Além do alto prejuízo econômico, o relatório denuncia que a política da Casa Branca viola as regras do direito internacional. “Essa política, profundamente isolada, é rejeitada a cada ano pela Assembléia Geral das Nações Unidas e tem uma forte oposição interna nos EUA”, assinala o documento. O governo cubano considera o bloqueio como “uma política de genocídio, em virtude do artigo II da Convenção de Genebra para a prevenção e sanção do crime de genocídio, de 9 de dezembro de 1948″. “Não há norma no direito internacional que justifique o bloqueio em tempo de paz. Nesse sentido, a ilha é alvo da guerra econômica”, afirma o mesmo relatório.

Fontes: http://acertodecontas.blog.br
http://www.bonde.com.br

domingo, 21 de março de 2010

O Canadá, o Brasil e a Vale Inco

por Admin
O único jeito de trabalhadores canadenses e brasileiros lutarem contra empresas brasileiras ou canadenses, é construir uma solidariedade de classe



Sean Purdy

“A Vale pode ir para o inferno. Estamos cansados de capitalistas estrangeiros que vêm aqui destruir o estilo de vida canadense”.

Wayne Fraser, Representante do Sindicato de Mineiros, em greve há oito meses na ValeInco, Canadá (Estado de São Paulo, 16 de março de 2010)

Como canadense que mora no Brasil há 10 anos, fiquei impressionado quando li a reportagem que traz a frase acima. Trouxe-me lembranças das relações entre dois países relativamente desconhecidos entre si. E de algum dos episódios que os envolvem: a proibição da carne brasileira pelo Canadá em 2001; a acirrada disputa comercial entre Embraer e Bombardier na mesma década; e até a longa atuação da multinacional canadense Light em São Paulo e no Rio de Janeiro no ramo de transporte urbano e energia elétrica nas primeiras décadas do século XX e de sua herdeira, a Brascan, que é atualmente dona de numerosas empresas no Brasil, inclusive alguns dos mais elegantes shoppings nas grandes capitais.



Mas um canadense chamando uma empresa brasileira de imperialista? Como pode?



A feroz disputa entre a enorme multinacional Vale, que comprou a Inço há quatro anos, e os 3,5 mil trabalhadores organizados pelo United SteelWorkers (USW) nas minas de níquel em duas províncias canadenses gira em torno da tentativa da empresa terceirizar 400 mineiros e reduzir o fundo de pensão dos trabalhadores. Na semana passada, a empresa sinalizou que vai contratar centenas de temporários dentro de duas semanas para furar a greve. Em resposta, o comando da greve do USW, além de avisar a Vale de que fura greves provavelmente vão ser enfrentados inclusive fisicamente, convocou um encontro internacional no dia 22/03 de sindicatos de todos os países onde a Vale opera para organizar ações internacionais. Do Brasil, CUT e Conlutas mandarão representantes.



A greve reflete três realidades marcantes da atual economia mundial: 1) a tentativa de empresas multinacionais e nacionais de aumentar lucros através de terceirização de mão-de-obra e reduções nas pensões, entre outros métodos; 2) o crescente papel de capitalismo brasileiro multinacional; 3) as boas possibilidades de construir uma solidariedade internacional entre trabalhadores.



O trecho da matéria acima foi retirado do site do Brasil de Fato.

O que isso tem a ver com Londrina?



Do Global para o Local

Como reflexão, vou ater apenas a primeira realidade: a tentativa de empresas multinacionais e nacionais de aumentar lucros através de terceirização de mão-de-obra e reduções nas pensões, entre outros métodos.

Londrina tem um grande número de terceirização da mão-de-obra, todavia não são apenas empresas privadas, mas também serviços públicos onde os servidores deveriam ser contratados através de concurso público.

A exemplo disso encontra-se a terceirização na área de Saneamento Básico, Merenda Escolar, Plano Diretor de Londrina, Saúde, entre outros.

O governo tem um gasto maior utilizando contratações através de empresas de terceirização. Em Curitiba o comprometimento da receita com terceirizadas é de 29,7%; em Maringá é de apenas 2%; já em Londrina o comprometimento é de 53%

Esse tipo de contratação não dá garantias ao trabalhador, que é reprimido a todo momento, correndo o risco de perder seu emprego a qualquer ocasião. Diferente do servidor concursado que tem a garantia da sindicalização, greve e todos os benefícios que lhes são por direito.

É necessário que a classe trabalhadora, não só de Londrina, do Brasil, mas de toda parte do mundo, se una para que esse tipo de exploração acabe. Exigindo seus direitos, conquistados através de muita luta, durante muitos anos.



Leia mais no site http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-canada-o-brasil-e-a-vale-inco

Ana Soranso

sexta-feira, 5 de março de 2010

A ÍNTIMA FOME DE GREVE DE ROSE

A prisão injusta e a impossibilidade de produzir seu alimento foram as principais motivações da militante
Eduardo Sales de Lima
enviado a Avaí

A greve começou na terça-feira, 2 de fevereiro, à noite, e perdurou até o final de semana, entre os dias 7 e 8. Poucos sabiam: somente uma ou duas pessoas que a visitavam com mais frequência. Na sexta-feita, 6, a militante foi levada da Cadeia Feminina de Avaí a um hospital, em Bauru (SP), quase desfalecida.
No hospital, foi alimentada por meio de soro. O médico que a atendeu revelou que, por causa da prisão, ela estava com problemas psicossomáticos. Mal sabia ele sobre a decisão política, íntima, da militante, que já havia começado uma greve de fome dias antes.
Formada em Pedagogia, Rosimeire Pan D'Arco de Almeida Serpa, apontada pela polícia como uma das principais líderes da ocupação da fazenda grilada pela Cutrale, ficou todos os 16 dias detida numa cela separada das outras presas. Um cotidiano de leituras não a fez fugir da realidade, pelo contrário. Foi justamente enquanto lia o Relatório de Direitos Humanos de 2009, elaborado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, mais especificamente um artigo que homenageava um menino atropelado e morto por um trator na cidade de Maceió, num lixão, que Rosimeire teve o seu primeiro acesso de falta de apetite.


Decisão

À sua consciência, vinha a imagem da criança morta no lixão e, ao seu lado, quase todos os dias, duas crianças da cidade de Avaí pediam um marmitex aos carcereiros na porta da prisão. “Elas falavam assim: 'Carcelheiro, tem marmita?', relatou Rose, como é conhecida, à reportagem do Brasil de Fato, que pôde conversar com a militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT) enquanto ela permanecia detida. As crianças famintas de Avaí lhe faziam crescer a falta de apetite.
No entanto, ela começou compreender que a falta de apetite não era simplesmente fisiológica. Havia um forte componente político nesse contexto. O pedido de prisão preventiva para todos os presos (que estavam até então, na prisão temporária) a motivou, preponderantemente, para assumir, no seu íntimo, uma greve de fome. Pesou, preponderantemente, o fato de estar presa e não poder estar produzindo seu próprio alimento, junto de seus três filhos e do marido, Miguel Serpa, também detido.
Somada à experiência de não comer nada durante os dias em que esteve detida, Rose conta que alguns carcereiros fizeram questão de provocá-la, referindo-se pejorativamente a suas atitudes como militante social e socialista. Isso mexeu bastante com a militante.

Misturada


Durante todo o tempo de reclusão, Rose testemunhou o atendimento médico às outras presas da cadeia numa sala que dá de frente para sua cela. Desorganizada, à semelhança de um almoxarifado bagunçado, duas vezes por semana um médico atendia as detentas. “A maior parte pede remédios para dormir”, lembrou Rose.
A relação da vereadora de Iaras com as presas, nos primeiros dias, não era das melhores. Elas a questionavam o porquê dela estar sozinha numa cela. Rose chegou e escrever uma carta para o diretor da cadeia pedindo que a transferisse para junto das outras 93 mulheres. A cadeia tem lotação máxima de 40 presas.
Com o passar dos dias, ao conhecerem o motivo da prisão de Rose, as presas mostraram apoio e solidariedade. Uma mulher do Piauí até criticou o latifúndio, e “disse que admira os sem-terra de seu estado, porque são valentes”, recorda.
Pelo menos por uma hora por dia era possível dialogar com as outras detidas, tanto que perceberam o abatimento da companheira. Mas nenhuma delas imaginava que a vereadora tinha optado em fazer uma greve de fome.
Em meio a todo turbilhão político pelo qual está passando, Rose lembrou que, mesmo dentro da cadeia, é necessário haver justiça social. Ela contou que as presas montam tomadas e ganham R$ 5 por mês. Cada mês trabalhado significa um dia a menos no cumprimento da pena. Ela não disse, mas é provável que tal exploração também tenha aumentado sua falta de apetite.


Fonte: http://www.brasildefato.com.br/

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:



"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.



"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.



"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."



"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.



"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.



"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.



"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.



"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.



"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!