domingo, 18 de abril de 2010

I Mostra de Teatro Popular de Londrina


Acontece de 28 de abril a 02 de maio a
I Mostra de Teatro Popular de Londrina,
que pretende reunir espoetáculos de grupos teatrais Locais, visando propor um processo colaborativo e sociabilizante, que chegue e englobe artistas e grupos teatrais da cidade, pesquisadores da arte, e principalmente uma parcela da população de Londrina que, em geral não tem acesso ás iniciativas de fruição cultural proporcionadas pelo município, quer motivos econômicos, quer motivos sócio-culturais.
Reunindo, Grupos e coletivos teatrais da cidade, a I Mostra de Teatro Popular de Londrina, pretende estabelecer diretrizes para uma ação em Rede em âmbito local, e em médio prazo, nacional e internacional. Além disto, este evento pretende ampliar um espaço específico na cidade de Londrina, destinado ao fomento e valorização da produção Teatral local.
Locais: Teatro Zaqueu de Melo (as 21:30hs)
Praças públicas (11:00hs)
ENTRADA FRANCA

Progamação logo disponível em http://www.ftolondrina.blogspot.com/

Data: 28 de abril a 02 de maioFábrica de Teatro do Oprimido (FTO)
Canal FTO no youtube: www.youtube.com/fabricadeto

quarta-feira, 14 de abril de 2010

P2 na greve dos professores mostra espionagem de Estado no século 21


Dia 26 de março, sexta-feira. Uma manifestação pacífica de professores paulistas é violentamente reprimida pela Polícia Militar, perto do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo.


No dia seguinte, o jornal Estado de S. Paulo publica uma foto da Agência Estado, em que uma policial, aparentemente ferida, é carregada nos braços por um homem. À primeira vista, parece tratar-se de um manifestante, um professor socorrendo uma PM.


A imagem logo se espalhou, como exemplo de solidariedade humana. O agredido salvando seu algoz. Logo, porém, a PM desfez o engano. Tratava-se de um policial à paisana socorrendo a soldado Erika Cristina Moraes Canavezi, ferida “com uma paulada no rosto”.


A partir daí a história só se enrolou ainda mais. O que fazia um policial à paisana em meio aos manifestantes? Professores de Osasco informaram que o homem da foto tinha ido no ônibus da Apeoesp até a manifestação. Era um agente reservado, um policial infiltrado entre os professores, conhecido como “P2”.


A PM, que preferiu expor seu policial a ver a foto servir de propaganda dos grevistas, negou-se a divulgar o nome do agente e a dar maiores informações. O site Viomundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, apurou que a policial ficou apenas alguns minutos no hospital Albert Einstein e logo foi liberada.


Espionagem de Estado


O caso trouxe à tona um tema que parecia distante no tempo, relegado aos anos de ditadura. A espionagem de Estado. No Brasil, o serviço de inteligência ligado ao Estado sempre esteve empenhado no combate aos movimentos sociais ou ditos subversivos. A espionagem estatal foi criada e sempre atuou tendo como alvo principal os inimigos internos. Leia-se a esquerda e os movimentos sociais e operários.


Ainda que a matriz do serviço de informação esteja associada ao SNI (Serviço Nacional de Informações), a verdade é que o embrião do serviço secreto no país é anterior. Segundo o jornalista Lucas Figueiredo, autor do livro Ministério do Silêncio, o serviço secreto brasileiro nasce com o Conselho de Defesa Nacional, ainda no governo de Washington Luís, em 1927. Três anos depois, ele seria derrubado pelo golpe liderado por Getúlio.


Inspirado nos serviços secretos dos EUA, Vargas transformaria o Conselho no Sfici, o Serviço Federal de Informações e Contrainformações. Após a Segunda Guerra, com a supremacia dos EUA, o Brasil estreitaria relações, inclusive militares, com o imperialismo norte-americano. Em 1948, é criada a Escola Superior de Guerra, inspirada na National War College norte-americana. Até então, o modelo de Forças Armadas no país seguia o modelo francês.


Com o fim da Segunda Guerra e o início da Guerra Fria, os EUA pressionam o Brasil a adotar um eficiente serviço de inteligência, leia-se uma agência especializada de espionagem anticomunista. Para isso, foram disponibilizados financiamentos, cursos e estágios nos EUA. Foi só, porém, no governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961) que o órgão do Serviço secreto, sob a estreita supervisão dos EUA, se estruturou.


A ditadura ampliou esse aparelho, criando o Serviço Nacional de Informação (SNI), através de uma lei redigida pelo próprio Golbery Couto e Silva, que o comandaria. O órgão cresceu rapidamente, espalhando tentáculos por todo o país e áreas do governo. Marinha, Exército e Aeronáutica criaram seus próprios aparelhos de repressão, articulando uma ampla rede, chamada de comunidade.


Foi o período do CIE, o Centro de Informação do Exército, que comandou o esquema de repressão, e foi responsável pela execução dos guerrilheiros do Araguaia. Foram também os anos do Doi-Codi, órgãos de repressão descentralizados surgidos a partir da Operação Bandeirantes. Ligavam as polícias civis e militares ao comando do Exército.


Já o SNI foi elevado ao mais importante órgão do Estado, com seu comandante ganhando status de ministro. De lá saíram os presidentes Médici, Geisel e o último dos militares, Figueiredo.


Abertura monitorada


Com a abertura política, o SNI ao invés de desaparecer, inchou ainda mais. Terminada a ditadura, o mega-aparato de espionagem reunia mais de 3 mil servidores diretos, boa parte contando com uma série de privilégios como carro à disposição e apartamento funcional. Provando que seu maior inimigo são os movimentos sociais, o serviço se volta ao monitoramento detalhado do PT e da CUT, assim como do movimento sindical e grevista que crescia naqueles anos.


Relatórios detalhados sobre as greves e a situação do movimento operário eram enviados regularmente ao presidente Sarney. Assim como uma caracterização pormenorizada das correntes que compunham o Partido dos Trabalhadores, evidentemente temperada com um anticomunismo paranóico e folclórico.


O SNI só foi sofrer um duro golpe no governo Collor, quando nem ele escapou da política de desmonte do Estado implementado pelo governo neoliberal. Por um decreto, Collor, que ainda por cima tinha uma rixa pessoal com o órgão, extinguiu o serviço, demitiu grande parte de seu efetivo e criou o Departamento de Inteligência.


Apesar das mudanças e da drástica redução do serviço, seu caráter não mudou. Continuou a ser um órgão de espionagem a serviço do governo, tendo como alvo os movimentos sociais e de oposição. Nem no governo FHC, quando passou a se chamar Abin (Agência Brasileira de Informação) isso mudou. Uma campanha tentou reabilitar a desgastada imagem do serviço, mas em vão. Atividades como a campanha contra a Alca eram permanentemente monitoradas.


Sob FHC, o órgão ganhou novo impulso, com a contratação de funcionários. Nos anos 90, movimentos que emergiam como os de luta pela terra e moradia, foram alvos prioritários. Agentes secretos se infiltravam nas fileiras do MST a fim de municiar o Estado de informações sobre o movimento.


A esquerda como inimiga


Nem com o governo Lula a prática da espionagem de Estado terminou. Lula não só não deu um fim no antigo órgão de espionagem como vem se servindo dele. Da mesma forma que o governo manteve guardado os arquivos da ditadura, o antigo SNI se manteve atuante. Mesmo com a troca de dirigentes militares por civis, sua linha não mudou.


O ex-delegado da Polícia Civil, Mauro Marcelo de Lima e Silva, nomeado diretor-geral da Abin por Lula em 2004, deu uma pequena demonstração do que órgão pensa sobre os movimentos sociais: “Eles não sabem o que estão pedindo. Estão protestando. Eles querem farra e bagunça”, declarou à imprensa na época.


O serviço de espionagem de Estado, porém, não se limita à Abin. Nos estados, as polícias contam com os agentes reservados. Mesmo que a antiga comunidade de informação da ditadura tenha se desarticulado, hoje continua funcionando nas sombras.


A Operação Satiagraha, comandada pelo delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, provocou a sanha de setores conservadores ao prender o banqueiro Daniel Dantas. Um outro aspecto da operação, porém, foi a utilização de agentes da Abin na investigação. Ou seja, mostrou como há, ainda hoje, perfeita interação entre a agência de inteligência e a polícia.


No final de 2007, a sede nacional do PSTU, em São Paulo, foi invadida num crime ainda não esclarecido. Gavetas foram reviradas e documentos roubados. Enquanto equipamentos de valor não foram tocados, computadores e celulares usados foram levados. Antes de entrarem no local, os invasores cortaram os fios telefônicos. Ou seja, as evidências mostram se tratar de uma ação profissional, que buscava informações.


Espionagem e sabotagem


Hoje, 25 anos após o fim da ditadura, o pensamento da Abin pouco se distingue do anticomunismo paranóico da Guerra Fria no qual fora fundada o serviço de espionagem no Brasil. E, considerando o modus operandi dos anos de chumbo, dá pra pensar algumas hipóteses sobre o que o tal do P2 estava fazendo em plena manifestação dos professores paulistas.


Os agentes na ditadura não se limitavam a se infiltrar ou acompanhar para colher informações. Muitas vezes, se tratavam de provocadores. O malfadado atentado no Riocentro, em 1981, que provocou a morte de um oficial e feriu outro, foi a expressão tragicômica disso. Um grupo do serviço secreto planejava provocar um atentado a bomba no show do 1º de Maio daquele ano, jogando a culpa na VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), grupo que nem mais existia.


Nos anos 80, o SNI não só vigiava as greves, mas tratava de sufocá-las quando achasse conveniente, utilizando para isso qualquer método, legal ou não.


O policial infiltrado no ato em São Paulo, assim como a mal-contada história da PM ferida “a paulada”, serve para lembrar aos ativistas e militantes de esquerda que o serviço secreto de Estado, ao contrário de qualquer teoria conspiratória, continua existindo e atuando. E que tem ainda nos movimentos sociais, de esquerda ou reivindicativos seu principal inimigo.



Fonte: http://www.pstu.org.br/nacional_materia.asp?id=11404&ida=20

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Policial civil é confundido com professor e é preso e agredido por PMs

O policial civil Jefferson Cabral sendo preso


Na sexta-feira passada, mais de 40 mil professores paulistas foram impedidos pela tropa de choque da Polícia Militar de chegar até o Palácio do Morumbi, sede do governo estadual, para apresentar suas reivindicações.
Na oportunidade, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, gás pimenta e muitas balas de borracha transformaram as imediações do Palácio em palco de uma batalha campal.
Sindicalista e policial civil, Jeferson Cabral foi confundido com um professor, mantido preso e espancado por cerca de três horas dentro de uma viatura até que foi levado ao 34ª DP de Francisco Morato. Com a roupa rasgada e acompanhado por dirigentes do Sindicato dos Investigadores de Polícia, Jeferson foi até a Corregedoria denunciar os inumeráveis abusos dos quais foi vítima.
Ainda mancando com problemas no joelho e dores por todo o corpo, Jefferson Cabral falou sobre os descaminhos do desgoverno tucano e da importância da unidade de todos os servidores com a comunidade para derrotar a intransigência.

Como você foi preso?

Eu estava junto com os manifestantes quando começaram a atirar bombas. Em meio às nuvens de gás, comecei a tirar as pessoas dali, socorrê-las, levar para um lugar seguro. Quando estava tirando o segundo não vi que estava muito próximo de um policial militar motociclista. Entre vários, conseguiram me prender. (Na foto da UOL, vê-se que o cacetete está dobrado em seu pescoço). Disse que era delegado sindical dos investigadores. Foi quando me disseram: você vai pagar pelos outros.

E depois disso?

Fui colocado algemado e trancado numa viatura da Polícia Militar. Fui hostilizado, ofendido e ameaçado durante três horas e tratado como bandido, com todo tipo de ofensas, impublicáveis.

Houve ameaça?

Diziam a todo tempo que iam me levar para o “esquisito”, que na gíria é um local ermo, onde você pode ser submetido a qualquer agressão pois não haverá ninguém para testemunhar. Diziam que iam acabar com a minha raça. As ameaças vieram de alguns policiais, desavisados, que me dominaram e não sabiam o que estava acontecendo, que havia um movimento lutando por direitos, reivindicando melhorias para toda a sociedade.

E então?

Foi quando trouxeram o comandante da operação, o coronel Veloso, que então se deu conta do tamanho do erro cometido. Me perguntaram se eu atirei pedras. Eu retirei paus e pedras das mãos de muitos, porque acredito que o nosso inimigo não é a polícia, mas o governo que a manipula para reprimir.
E aí, junto com os advogados do Sindicato, te dirigiste à Corregedoria para denunciar os abusos…
Exatamente. Fiz um Boletim de Ocorrência (nº98/10) e fui ao IML fazer o exame de corpo delito. Não consigo andar devido aos chutes que levei no joelho, na cabeça, costas e barriga.

Quando foste agredido desta forma?

Antes, durante e depois de algemado. O pior é que sou asmático e me deixaram um bom tempo com o cacetete vergado, como dá para ver pela foto, inclusive, quase sem respirar. Tive medo que me matassem.

Apesar da intensa brutalidade a que foste submetido, fizeste questão de estabelecer uma diferença entre o comportamento de meia dúzia de covardes e o grosso da corporação.

Antes de ser investigador de Polícia e delegado sindical em Taubaté, fui policial militar por quatro anos. Meu pai é policial militar. As agressões de que fui vítima, assim como uma boa parte dos manifestantes, foi provocada por indivíduos isolados.

Que estavam cumprindo ordens do governo Serra…

Infelizmente, sim. É uma grande pena e um verdadeiro tiro no pé essa orientação do governo porque muitos professores têm filhos que são policiais militares, têm o mesmo sangue. Acho que essa agressão deve servir para a PM refletir e se unir à comunidade.



O trabalhador da educação, principal ferramenta da transformação social, vem sendo criminalizado por alguns de nossos governantes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

De um lado da história

Na próxima quarta-feira, dia 7 de abril, o governo brasileiro daria inicio à retaliação comercial contra produtos dos EUA, mas os americanos fizeram uma contraproposta para prorrogar o processo da retaliação para o dia 22 de abril.
Durante este período será negociado um fundo, para financiar projetos brasileiros ligados à produção de algodão, no valor de US$147,3 milhões.
Caso haja entendimento sobre esses pontos até o dia 21 de abril, o Brasil poderá decidir prorrogar novamente a entrada em vigor das medidas, desta vez por um período de 60 dias, enquanto seria negociado um acordo para evitar a retaliação.
De acordo com a Camex, nesse prazo de 60 dias seria negociado um "entendimento provisório sobre os vários aspectos de implementação das determinações da OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre o contencioso".
Segundo a nota, "o governo brasileiro vê com satisfação o progresso verificado nas conversações bilaterais e espera que as partes cheguem a um entendimento que torne desnecessária a adoção das medidas de retaliação".

Do outro lado da história

O país que pede acordo para comercializar é o mesmo que bloqueia transações econômicas quando lhe convém. Há 48 anos o EUA estabeleceu um bloqueio econômico contra Cuba.
Ao longo deste período, já causou um prejuízo superior a US$ 82 bilhões para o país caribenho, segundo estimativa feita pelo Relatório Anual (2005) sobre o Bloqueio dos EUA contra a ilha e suas conseqüências. Além do alto prejuízo econômico, o relatório denuncia que a política da Casa Branca viola as regras do direito internacional. “Essa política, profundamente isolada, é rejeitada a cada ano pela Assembléia Geral das Nações Unidas e tem uma forte oposição interna nos EUA”, assinala o documento. O governo cubano considera o bloqueio como “uma política de genocídio, em virtude do artigo II da Convenção de Genebra para a prevenção e sanção do crime de genocídio, de 9 de dezembro de 1948″. “Não há norma no direito internacional que justifique o bloqueio em tempo de paz. Nesse sentido, a ilha é alvo da guerra econômica”, afirma o mesmo relatório.

Fontes: http://acertodecontas.blog.br
http://www.bonde.com.br